"Apesar de ser vilão, ele é meio atrapalhado. Essa pitada de humor conquista o público", fala Paola. "Ele atua como um soldado da Verônica. É um malandro carioca que gosta de tirar onda", completa Azevedo. Mas o boa-praça Roberto nem se atreve a desobedecer uma ordem da megera. "Ele fica preso ao que sente e não gosta de desafiá-la.
Contudo, na opinião de Paola Oliveira, há, sim, um equilíbrio entre os dois. Ele a obedece, mas sabe que ela é louca por ele. "Roberto é o calcanhar de Aquiles da Verônica. Ela se sente atraída por ele e, talvez, essa seja uma das poucas coisas que a deixam desconcertada", diz Paola.
Vilão cômico
Unir a vilania ao humor pode ser uma boa fórmula para agradar ao público. Para o especialista em teledramaturgia Claudino Mayer, estudioso da USP que pesquisa sobre a formação do vilão nas novelas, o personagem de Azevedo traz uma curiosa mistura de interesses. "Ele pensa no poder, mas age com o sentimento. Sem foco definido, ele executa as maldades de acordo com suas sensações", afirma.
Mayer diz ainda que é comum o cúmplice do vilão acabar se destacando. "No caso de Dudu, a construção do personagem é favorável desde o figurino. A barba que ele usa, por exemplo, já caracteriza o bonitão malfeitor." Mas é comum que esse tipo de personagem seja o elo fraco da dupla. "Ele acaba fazendo o que ela não faria por conta própria e, às vezes, atrapalha os planos da Verônica. Não é raro ele fazer algo que ela não gosta só para chamar a atenção", revela Azevedo.
Com a chegada de Kátia (Nívea Stelmann) na trama, Roberto tende a se tornar ainda mais capacho de Verônica. Em cena que deve ir ao ar hoje, Kátia encontrará o casal e reconhecerá a vilã. Para a surpresa do bonitão, as garotas são amigas de infância.